Aquele Indiano…

E a Índia aqui tão perto. Mais propriamente a zona costeira da província de Gujarat, virada ao Mar Arábico, entre Mumbai e Karachi.
Basta juntar um grupo de amigos (mínimo oito) e visitar esta casa particular que organiza refeições e nos oferece uma cozinha tradicional desta província indiana. Aromas e sabores afirmativos, autênticos, deliciosamente interpretados por uma mãe de família que tem o prazer de partilhar a sua cozinha. Vale muito a experiência.

Os Papad (ou Papadam) de farinha de lentilhas…

…e os molhos, são os primeiros a chegar à mesa. No sentido dos ponteiros do relógio: Pickle (malagueta verde, vermelha, casca de limão, manga crua, nêsperas verdes, mostarda e especiarias), Malagueta Vermelha (seca ao sol, sal e oleo), Molho de Iogurte (com coentros, hortelã e amendoim), Malagueta Vermelha (este com açúcar), Molho Verde (grão estufado, coentros, gengibre, malagueta verde, sal, açúcar e limão), Chutney de Manga e Maçã e, para terminar, ao centro, Molho de Tâmara e Tamarindo. Com ou sem picante, mas todos deliciosos.
Depois é a vez dos Bhajia. Bhajia é o nome geral para fritos, estes foram com base de farinha de grão e eram de batata, cebola e banana. Também haviam chamuças mas não ficaram na foto.
De seguida a Kofta. De carne de porco, com molho de amendoim e côco. Tão bom.
Depois os pratos de substância: O Caril de Frango…
O Caril de Banana (primeiro estranha-se, depois entranha-se)…
E o Caril de Peixe com Feijão Branco. Muito bom. Tudo acompanhado com pão Roti, claro!

A sobremesa foi um dois em um, Srikhand e Gulab Jamun. Srikhand é um doce à base de iogurte que leva açafrão, cardamomo e açúcar. Gulab Jamun são umas bolinhas à base de leite, que são fritas e depois colocadas em calda de açúcar com açafrão e cardamomo. Podem ser servidos em conjunto, salpicados com pistachio e amêndoa , como foi o caso.
Quanto aos vinhos há duas hipóteses. Ou levamos nós próprios (após consentimento) como fizemos neste almoço ou, no local, existe uma vasta oferta de vinhos que podem ser servidos no momento.

Combinar esta cozinha com vinhos é sempre um exercício muito exigente, mas depois de várias experiências cheguei à conclusão que os espumantes conseguem as minhas ligações favoritas. Também existem alguns brancos, com doçura residual e boa acidez, que não harmonizam mal.

Uma surpresa que se tornou o maior hit do meu Verão, a sidra natural de Eric Bordelet. Produzida na Normandia, esta sidra de pêra é absolutamente viciante e abre como ninguém uma refeição. É uma excelente bebida de boas vindas, mas também acompanha bem um fim de tarde solarengo enquanto se pica qualquer coisa. Provem e vão perceber o porquê deste entusiasmo.

Por falar em harmonizações bem sucedidas e totalmente inesperadas temos de dar mérito a este branco de uvas maduras de Jurançon (penso que não chega a ser um late harvest), leve e fresco, com uma doçura muito contida, perfeito a lidar com o Srikhand e Gulab Jamun.
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