Château du Seuil (Coteaux d’Aix en Provence)

À primeira vista pode parecer uma jogada de marketing como tantas outras, mas ao embrenharmo-nos na história da região e das suas vinhas, facilmente percebemos que a arte e o vinho nestas paragens têm uma ligação histórica.

Da mesma forma que Cézanne imortalizou Sainte-Victoire, a montanha que domina a paisagem nos arredores de Aix en Provence, o Rei René (le Bon Roi), grande dinamizador da economia da região e amante das artes, colocou as vinhas da Provença no mapa das regiões vinícolas francesas. Não foi por acaso que também ficou conhecido por Rei Enólogo.

Apesar de existirem belos exemplares brancos e tintos, são os vinhos rosé que trouxeram reconhecimento à região e por isso não é de estranhar que 80% da produção total assente neste tipo de vinhos.
Pelo que pude provar, são vinhos frutados, com boa acidez e uma cor característica, com tons mais suaves que os nossos.  


O Chateux du Seuil é um dos muitos produtores da região, situado poucos kilometros a norte de Aix en Provence, é uma propriedade do século XVII onde tem como grande símbolo o seu castelo, classificado como monumento histórico pela sua fachada e pelos seus jardins. A atmosfera Provençal é uma constante e conquista-nos com facilidade. 


Mas foi nos anos 70 do século passado, quando a família Carreau Gaschereau se instalou na propriedade e após um investimento considerável tanto na reestruturação da vinha, como na modernização dos equipamentos da adega, que se iniciou a produção de vinho. A casta Cabernet Sauvignon é a que domina os 50 hectares de vinha, localizadas a 500 metros de altitude, onde também existem a Grenache, Syrah, Cinsault, Sauvignon Blanc, Grenache Blanc e Ugni Blanc (a italiana Trebianno). Os solos são argilo-calcários com sedimentos marinhos e ajudados pelo clima mediterrânico, que segundo os seus proprietários conferem aos vinhos uma elegância e um equilibrio únicos.

Sendo esta uma terra de rosés, é curioso verificar que este produtor destaca-se mais pelos seus vinhos brancos e tintos.
São vinificadas duas gamas de vinho, os Chateau du Seuil, mais simples e directos, produzidos para serem consumidos jovens e os Grand Seuil, mais poderosos, cheios e complexos.

A visita e a prova foram grátis, aliás, este foi um procedimento comum em todos os produtores que visitei, tanto na Provença como nas Côtes du Rhône. Parece que por estas bandas este tipo de visitas é visto como um investimento e não como um negócio. Também aqui temos algo a aprender.

Em breve notas de prova no Adegga.

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