Dão Nobre

Foram apresentados no âmbito do evento Dão Capital os novos vinhos Dão Nobre, aquela que passa a ser a mais alta classificação da região.

A designação Nobre é uma categoria exclusiva para os vinhos do Dão e que até hoje nunca tinho sido atribuída. Agora, após uma alteração no regulamento, conforme explicou Arlindo Cunha, presidente da CVR Dão, aquando da apresentação dos novos vinhos Dão Nobre que ocorreu no Pátio da Galé em Lisboa, surgiram os primeiros dois vinhos com aquela que passa a ser a mais alta classificação da região.

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A reforma que foi feita há cerca de 3 anos ao complicado regulamento da CVR Dão, permitiram modernizar os procedimentos de certificação e atribuir agora esta classificação ao Fonte do Ouro Dão Nobre Branco 2015 e ao Casa de Santar Dão Nobre Tinto 2013. Para os curiosos, esta classificação só é possível quando o vinho atinge 90 pontos ou mais na Câmara de Provadores da CVR e o estágio mínimo obrigatório é de 12 meses para os brancos e de 36 para os tintos.

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Passando aos vinhos e começando pelo Fonte do Ouro, assumido pelo seu enólogo Nuno Cancela de Abreu como o melhor vinho que já fez na sua carreira, temos um lote maioritariamente de Encruzado, completado com Arinto e Cercial. Uma parte das uvas chega de uma vinha em Nelas que privilegia a concentração e mineralidade e a restante de outra na região de Mortágua onde se procura a acidez e elegância. O estágio em barrica nova foi de 6 meses. De aroma profundo, rico e complexo, é um vinho que segue na linha dos grandes brancos da região. As notas de barrica lidam bem com toda esta riqueza, onde a mineralidade e a acidez fresca eleva a estrutura e dá ao conjunto uma boa dimensão. Chega ao mercado ao preço de 35€.

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No Santar Dão Nobre, que só chegará ao mercado em Setembro, é a Touriga Nacional que domina, completada pela Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen. Estas uvas são provenientes das melhores parcelas à disposição do enólogo Osvaldo Amado e o lote nasceu de uma selecção das 15 melhores barricas entre 100. O tempo de estágio em barrica foi de 18 meses e como facilmente se percebe foi a excelência que se procurou. A barrica e a fruta preta madura imperam para já no aroma, embaladas pelo floral da Touriga e por suaves notas vegetais que avivam o conjunto. Ainda com muito para mostrar. Apesar dos taninos ainda estarem bem presentes, consegue perceber-se que é um tinto concentrado, polido e de atracção imediata, que alia boa acidez a um corpo mais opulento. Para seguir nos próximos anos.

Para já, com esta primeira prova, a ideia que ficou é que estes são vinhos que, apesar da excelência, não trazem um novo patamar de qualidade para os vinhos da região. Já existem/existiram vinhos do Dão deste calibre, o que dá a entender que não fosse o malfadado regulamento há muito que a classificação Nobre tinha chegado aos vinhos produzidos na região. Ainda assim é de saudar toda e qualquer iniciativa que ajude a promover e divulgar a excelência dos vinhos do Dão e, se esta “nova” designação assim o fizer, então é muito bem vinda e um bálsamo para mais produtores a procurarem atingir.

Esta foi uma apresentação que decorreu no âmbito de mais um evento Dão Capital (este ano no Pátio da Galé, ao Terreiro do Paço) que trouxe a Lisboa uma mostra de alguns dos melhores vinhos que a região produz. Um certame que proporcionou aos alfacinhas, mas também a muitos turistas, portugueses e estrangeiros, contactarem de perto com os vinhos e produtores do Dão.

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