Novos vinhos da João Portugal Ramos

Falso Ravioli de Camarão. Dashi, Coentros, Lótus e Jasmim. O primeiro prato do jantar de harmonização com os novos vinhos da João Portugal Ramos. Este para casar com o Alvarinho, algo que fez na perfeição.

Magret de Pato Corado, Romana braseada, Tartelete de legumes assados com mel e tomilho. Tudo bom.

Duo de bochechas de porco ibérico com rosti de batata e esparregado de salsa. Apesar de não ser bochechas, mas sim lombo, o prato estava muito bem conseguido. Adorei o esparregado. E casou muito bem com os Durienses O. Leucura.
Reinterpretação do “Floresta Negra”. A estender a passadeira vermelha para o…
…Vintage 2011.

Foi uma apresentação, mas também uma celebração. Era notório esse sentimento nas palavras de boas vindas de João Portugal Ramos. Uma reunião que serviu para apresentar um conjunto de novidades. Do novo Alvarinho, que marca a entrada deste produtor nos Vinhos Verdes, ao novo topo de gama que nasce em Estremoz, passando por dois novos vinhos Duorum, resultado da evolução do projecto no Douro com José Maria Soares Franco. Para o fim, ficou o Porto Vintage 2011. Mas este encontro serviu também para colocar um marco temporal sobre a maturidade, consistência e sucesso do produtor João Portugal Ramos. Um marco de ambição, bem expresso nos vinhos que tivemos o prazer de conhecer em primeira mão. Estes foram acompanhados por um jantar de harmonização, da responsabilidade dos Chefs do Restaurante Feitoria, em Lisboa, onde decorreu a apresentação.

João Portugal Ramos, e agora refiro-me ao enólogo, dispensa apresentações. É um dos nomes maiores e mais bem sucedidos da enologia portuguesa, com um percurso notável em várias regiões do país, com evidente destaque no Alentejo e nas suas vinhas de Estremoz. É mesmo dos principais responsáveis pelo sucesso que a região do Alentejo hoje goza junto dos consumidores, fruto de um trabalho apurado de viticultura e enologia. Os muitos prémios que tem recebido, juntamente com os seus vinhos, não são mais do que o corolário de trinta anos de trabalho dedicados ao vinho.

“Para fazer bons vinhos é preciso ter gosto. São os vinhos de gama média que pagam os salários, mas nós produtores, gostamos é de fazer vinhos marcantes…”. Esta passagem do discurso de João Portugal Ramos serviu de mote para a apresentação dos vinhos que se iria seguir e o facto de considerar 2011 “como a melhor colheita que tenho memória” ainda aumentou mais as expectativas.

Os Vinhos:

Ainda antes da apresentação, as boas vindas eram dadas por uma flute do Espumante Conde de Vimioso Extra Bruto 2009, que acompanhou os aperitivos.
A primeira novidade da noite, chega com o João Portugal Ramos Alvarinho 2012 (10€), um vinho que marca a entrada deste produtor na região dos Vinhos Verdes. Uma boa surpresa. O projecto nasce em Monção, e para já dá lugar a este primeiro vinho – “provavelmente da melhor casta branca portuguesa” – em que 20% do mosto é fermentado em barricas novas de carvalho francês. Madeira que marca muito pouco um vinho que se mostra com um excelente equilíbrio, fresco, cítrico e mineral. Estreia auspiciosa.
De seguida, o momento alto da noite. O novo topo de gama alentejano, João Portugal Ramos Estremus 2011 (40€, disponível exclusivamente em venda directa no produtor). Sobre este vinho já disse tudo aqui
João Portugal Ramos, antes de passar a bola a José Maria Soares Franco para a apresentação das novidades vindas do projecto Duorum Vinhos, fez questão de deixar bem evidente o orgulho sobre o trajecto deste projecto no Douro. Um trabalho notável que tem trazido ao mercado excelentes vinhos e com relações de preço muito boas. Em 5 anos a Duorum Vinhos criou 8 vinhos e pelas palavras dos seus responsáveis é um percurso que ainda não está terminado.
Como se sabe, a agricultura sustentável é uma pratica levada muito a sério na Duorum Vinhos, o prémio de viticultura do ano, atribuído em 2012 pela Revista de Vinhos,  não vem por acaso e esta casa orgulha-se do rigoroso plano de praticas sustentáveis que leva a cabo na sua Quinta de Castelo Melhor, no Douro Superior. Uma grande área da quinta está classificada como zona de protecção especial para aves e a preocupação na conservação do Chasco-Preto (Oenanthe Leucura), um pássaro classificado como espécie ameaçada, foi a inspiração para o nome destes dois novos vinhos.
Duorum O. Leucura Cota 200 Reserva 2008 (40€) e Duorum O. Leucura Cota 400 Reserva 2008 (40€), são dois vinhos que nascem da mesma vinha, mas separados por diferentes altitudes. E é curioso verificar o que as diferentes cotas conferem aos vinhos. O 200 mais frutado e concentrado e o 400 mais fresco e elegante.
Para terminar, em harmonia com a sobremesa, chegou o Porto Duorum Vintage 2011, que apesar da sua evidente juventude, mostrou atributos para uma boa longevidade em garrafa, assim haja paciência para esperar por ele.
De seguida vieram os cafés e o resto da noite fez-se em amena cavaqueira por entre os companheiros de mesa. Entre eles, o Eng. João Perry Vidal, peça indispensável da equipa de enologia de ambos os projectos, que teve a simpatia de nos ir respondendo às muitas perguntas que iam surgindo com a prova dos vinhos.
Uma palavra final para o departamento de comunicação e marketing da João Portugal Ramos Vinhos. Irrepreensíveis na organização e na qualidade do material de suporte disponibilizado. Uma competência e profissionalismo para servir de inspiração.
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