Peixe em Lisboa (dia 5)

Regressei ao Peixe em Lisboa na passada quarta-feira, o dia da apresentação do José Avillez.
Infelizmente, numa tarde em Lisboa com mini-tornados e trombas de água, o trânsito esteve caótico e só consegui chegar ao Pavilhão de Portugal já a apresentação estava a ter início. Isso fez com que ficasse num lugar menos bom e quem pagou foram as fotografias.
O Chef José Avillez trouxe uma apresentação muito profissional, muito bem preparada e apesar de se ter alongado um pouco na conversa, muito interessante. Esteve muito brincalhão e descontraído e apresentou muitos pratos que fazem ou já fizeram parte do menu degustação do Tavares (Menu do Desassossego).

A apresentação começou com uma brincadeira sobre a partida de 1 de Abril do Blog Mesa Marcada sobre cozinha levitante, onde o José Avillez fez “levitar” uma sardinha com a ajuda de uns balões.
Uma introdução bem disposta para o que se ia seguir. José Avillez fez questão de trazer a esta apresentação, que encheu completamente o auditório, o seu resumo da história da gastronomia/cozinha até aos dias de hoje, falou da nouvelle cuisisne, passou pela cozinha molecular e pela cozinha tecno emocional. Pareceu-me uma intervenção um pouco longa, mas percebe-se pela paixão e emoção que o tema lhe proporciona.
O Tavares em acção. José Avillez trouxe o seu braço direito (e esquerdo às vezes) Chef David Jesus que demonstrou uma técnica impressionante. Na foto os três elementos do Tavares em acção.

O desfile dos pratos preparados, todos eles bem demonstrativos da actual cozinha praticada por José Avillez.

Um amouse-bouche. Seixo do mar com vieira e robalo marinados.

Outro, Cataplana de ameijoas esferificadas. Dentro da esferificação leva molho de bulhão pato.

Lavagante primavera-verão. Um prato composto por cerca de 15 ingredientes.

No final, um filme sobre o Tavares que o José Avillez definiu como “a paixão e o espírito que empregamos à nossa cozinha”. O filme fez as delícias de todos, espero que em breve seja possível (re)vê-lo.
Chef Vincent Farges (Fortaleza do Guincho) em acção…

Abalone dos Açores com risotto de limão confitado e molho de vinho branco.
O Abalone com uma textura e um ponto de cozedura ideais. O risotto, cremoso, com a acidez do limão a criar uma combinação perfeita.
O meu prato favorito de todos os que provei nesta edição do Peixe em Lisboa.
Choux preto (tinta de choco) com creme de sapateira. Chef Leonel Pereira (Panorama).
Ouvi dizer que esta edição do Peixe estava com menos gente que a anterior, mas a avaliar por este dia, isso não é verdade.
Chef Pedro Gomes (Padaria), a ultimar as sobremesas.
Também havia óptimos vinhos para prova.

Enorme tinto do Douro.
Para terminar, um docinho conventual…
…e Tulipa, um vinho com sabor a chocolate. Agradável e diferente.

Durante a tarde, a Pastelaria Suíça (Rossio) já tinha sido aclamada vencedora do Concurso Melhor Pastel de Nata.
Estava para voltar ao festival na sexta, atraído pela sessão de harmonizações com Luís Baena mas esta foi antecipada para as 18:00 o que me impossibilitou de ir. Assim, o Peixe em Lisboa acabou neste dia para mim.
Em jeito de balanço final, a organização do festival está de parabéns, o mesmo cresceu, senão em público, pelo menos em qualidade, claramente, e mais importante que tudo teve o mérito de colocar Lisboa e Portugal na rota gastronómica mundial. Cá esperamos por 2011.
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