Quinta de Gomariz (Santo Tirso)

O famoso Loureiro.
Muitas medalhas para colar.
Os modelitos.
Espadeiro rosado. Ignorado e maltratado por cá, muito apreciado lá fora.
A moderna e bem equipada adega.




A minha relação com este produtor começou de forma no mínimo curiosa, e é um exemplo para muitos outros produtores que ainda não perceberam a importância de hoje em dia terem uma presença forte online e nas redes sociais.
Foi no Twitter, a conversar sobre vinho que conheci Vítor Mendes, Director de Marketing da Quinta de Gomariz, e foi através dele que descobri a marca e os seus vinhos. Despertou-me a curiosidade e procurei pelos vinhos até os provar. Ainda me lembro que na altura não foi fácil. Hoje são presença assídua em qualquer grande superfície. Convenceram-me tanto, principalmente o Loureiro (ai aquele 2009), que me fidelizaram como cliente. Como se vê, um processo simples para conquistar um cliente, com um investimento mínimo para o produtor.
Mas a razão principal deste post prende-se com a visita que efectuei recentemente (no inicio do verão) à Quinta de Gomariz. Quando gosto de um produtor, para mim faz todo o sentido querer conhecer a sua história, as suas vinhas, e a forma como produz os seus vinhos, e nesse sentido, quando viajo com algum tempo extra, o itinerário passa sempre por uma visita a um ou outro produtor da região para onde vou.
E assim foi. Apareci sem avisar, e fui simpaticamente recebido pela Ana Rita Borges, enóloga da quinta, que teve a amabilidade de interromper o seu trabalho e me acompanhar na visita.
A equipa de enologia é liderada pelo enólogo António Sousa que tanto sucesso tem tido com este projecto, como atestam a catadupa de medalhas que todos os anos premeiam estes vinhos em concursos nacionais e internacionais, mas a enóloga residente é a Ana Rita.
Começámos pelas vinhas, e enquanto as íamos percorrendo, fiquei a conhecer a história de como Manuel da Silva Correia e Sá, proprietário da Quinta de Gomariz, deixou os seus negócios na area da metalomecânica para abraçar este enorme e agora bem sucedido desafio. Para isso adquiriu esta propriedade na região de Vale do Ave, que neste momento já ultrapassa os 17 hectares, área que continua a aumentar, pois a vinha plantada já é insuficiente para o aumento de produção que se pretende. Voltando à vinha, Ana Rita falou do solo e do clima, que proporcionam características únicas aquelas uvas, e que lhes permitem conseguir o perfil ideal que buscam para os vinhos. Alvarinho, Espadeiro (com a vinha ainda em latada), Loureiro, Padeiro, Vinhão, Avesso, Trajadura, Fernão Dias, são as castas plantadas na quinta, que produzem na sua maioria vinhos monocasta, havendo no entanto alguns blends. Vinhos estes que conquistam cada vez mais os mercados estrangeiros, atingindo já os 75% de produção exportada para diversos países, sendo o Brasil um dos destinatários principais.
De seguida visitámos a moderna e funcional adega, acho que foi a mais limpa e arrumada que entrei, onde fiquei a conhecer o método de produção. Após todas as explicações técnicas, passámos à prova, onde tive oportunidade de provar todos os vinhos da quinta, mas dos quais escolhi apenas quatro, que eram aqueles que não conhecia. Enquanto provava, a Ana Rita ia aproveitando para dar mais algumas explicações sobre cada vinho, e falando em especifico sobre as condições que a colheita de 2010 proporcionaram. Todos eles muito frescos, muito finos, com a fruta muito limpa. Alguns mais gastronómicos que outros, mas todos com um perfil muito comercial e despreocupado.
No final, após fazer as compras da praxe, perguntei pelo preço da visita, mas esta não me foi cobrada. Fiquei sem saber se foi uma simpatia, ou é prática comum. De qualquer das formas, fui muito bem recebido, o que só tenho a agradecer.



Quinta de Gomariz
Rua Sergidos nº10, Riba de Ave, Sequeirô, Santo Tirso.
Telefone: +351 252 891 144
E-mail: [email protected]

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