Quinta do Vale Meão

A Quinta do Vale Meão, na margem direita do rio Douro, junto à foz do Sabor e Vale da Vilariça, é uma das mais emblemáticas quintas durienses e um lugar incontornável na história do vinho português e do Douro em particular.

“A primeira vinha foi plantada em 1888 no sítio da Barca Velha, assim denominado por aí operar uma barca de passagem do rio, até então utilizada sobretudo por residentes no concelho de Torre de Moncorvo que vinham abastecer-se de lenha no Monte Meão.”

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A Quinta do Vale Meão, na margem direita do rio Douro, junto à foz do Sabor e Vale da Vilariça, é uma das mais emblemáticas quintas durienses e um lugar incontornável na história do vinho português e do Douro em particular. Adquirida no final do século XIX, é um exemplo maior da determinação e sagacidade empresarial de Dona Antónia Adelaide Ferreira, que visionou na “conquista do Vale Meão”, a possibilidade de prosseguir para Este com a produção de vinhos de qualidade, no seguimento do que já acontecia na Quinta do Vesúvio e Quinta de Vargellas, até então as suas propriedades mais distantes.

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Descendente de Dona Antónia Adelaide Ferreira, a família Olazabal é a actual proprietária da quinta. Francisco Javier de Olazabal, com a ajuda do seu filho Francisco na enologia e da sua filha Luísa no marketing e relações públicas, gere o destino de uma das mais consagradas marcas de vinho tranquilo em Portugal.

A história do Vale Meão pode agora ser melhor conhecida no excelente livro “Quinta do Vale Meão“, de onde retirei o primeiro parágrafo deste texto. Escrito pelo próprio Francisco Javier de Olazabal, é uma obra que transmite com emoção e detalhe a longa epopeia desta propriedade e das famílias nela envolvida, do momento que foi arrebatada em hasta pública até aos dias de hoje. Foi na Quinta do Vale Meão que o Barca Velha, o mais famoso vinho português, começou a ser produzido na adega com o mesmo nome, que ainda hoje existe.

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Francisco Javier Olazabal, a esposa Maria Luísa Nicolau de Almeida e a filha Luísa Olazabal, os proprietários do Vale Meão e nossos anfitriões nesta visita, que simpaticamente nos mostraram a sua propriedade e os seus vinhos.

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Nesta visita, no âmbito do Festival do Vinho do Douro Superior, foi possível conhecer estas e outras histórias, mas também os mais recentes vinhos produzidos na quinta. A prova fez-se à mesa, em momento de descontracção, motivo pelo qual não tirei notas detalhadas dos vinhos.

O portefólio da empresa sempre foi muito sóbrio e clássico, à imagem dos Chateaux de Bordéus, e até há poucos anos apenas tinha dois vinhos de mesa. Neste momento existem cinco referências, além do Porto de categorias elevadas que também é produzido na quinta.

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O Meandro do Vale Meão Tinto e o Quinta do Vale Meão, desde que foram criados em 1999, foram os únicos vinhos deste produtor. O topo de gama Quinta do Vale Meão, lote de Touriga Nacional (cerca de 50%) e um conjunto de outras variedade típicas do Douro, nasce a partir de uma selecção das melhores uvas das vinhas mais antigas da propriedade e rapidamente se tornou um dos mais conceituados vinhos de mesa em Portugal.  Teve durante muito tempo, antes das novas referências, no Meandro do Vale Meão Tinto um segundo vinho de excepção (muitas vezes se questionava se fazia sentido uma diferença tão grande de preço entre eles), que conseguiu ganhar o seu espaço e ser também uma das principais referências do seu segmento.

Mais recentemente, em 2013 e 2014, surgiram dois novos vinhos para o portefólio do Vale Meão. Primeiro o Monte Meão – Vinha dos Novos, que passou a ser a referência intermédia nos tintos, proveniente de uma vinha plantada no final dos anos 90, apenas com Touriga Nacional. E logo de seguida o Meandro do Vale Meão Branco, cuja primeira colheita é de 2013 e representa o primeiro vinho branco da marca. Produzido a partir de um lote de Arinto e Rabigato, complementa bem o lado frutado com uma boa acidez, num estilo sóbrio e gastronómico. Para terminar, a mais recente novidade, que provei nesta ocasião pela primeira vez, o Monte Meão Baga – Vinha da Cantina, um monocasta de Baga, com apenas 12 graus de volume de álcool, que fiquei na dúvida se é uma edição especial ou se veio para conviver no portefólio com o Vinha dos Novos. Os Porto Ruby também são produzidos na quinta, sendo engarrafado em anos excepcionais o Quinta do Vale Meão Porto Vintage. 

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Além da vinha a Quinta do Vale Meão também detém cerca de 30 hectares de oliveiras centenárias, das variedades Verdeal, Cordovil, Cobrançosa e Negrinha do Freixo, cultivadas em modo de produção biológica, que dão lugar ao Azeite Quinta do Vale Meão

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O Vale Meão a partir da Quinta das Bandeiras.
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