Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2012

Quinta dos Carvalhais e Touriga Nacional são duas referências incontornáveis da região do Dão, não é de estranhar que quando apareçam juntas sejam notícia.

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Quinta dos Carvalhais e Touriga Nacional são duas referências incontornáveis da região do Dão, não é de estranhar que quando apareçam juntas sejam notícia.

A Sogrape chegou ao Dão em meados do século passado. A primeira base foi a Vinícola do Dão, onde começou por desenvolver a sua actividade na região, nascendo daí vários vinhos que vieram a fazer parte da história do Dão. O Grão Vasco talvez seja o mais mediático (em grande forma um 1990 que bebi recentemente), mas também o Dão Pipas Reserva e o Sogrape Reserva. Este último limpou, com a colheita de 1980, uma Prova dos 7 (um grupo de amigos que se junta para provar, do qual tenho a sorte de fazer parte) onde o tema era Tintos do Século Passado. Estava um mimo e deixou-nos a suspirar. Se se cruzarem com algum destes não hesitem.

Mais tarde, já nos finais dos oitenta, é que surgiu a Quinta dos Carvalhais, onde a Sogrape consolidou a sua posição na região, modernizando os processos de viticultura e enologia e criando o portefólio sólido que hoje conhecemos.

Interessa-nos para agora o Carvalhais Touriga Nacional da colheita de 2012. Um vinho que surge numa fase de transição da Quinta dos Carvalhais, com a saída do mestre Manuel Vieira da equipa de enologia, passando o testemunho a Beatriz Cabral de Almeida, a actual responsável pela enologia dos Carvalhais. Manuel Vieira é um reconhecido apaixonado pela Touriga Nacional, a casta rainha da região, originária da freguesia de Tourigo, em Tondela, e hoje disseminada quase por todo o mundo. A sua aptidão nos terroirs da região e uma longevidade comprovada têm sido características por si muito elogiadas.

É por isso com naturalidade que o TN da Quinta dos Carvalhais seja um vinho importante do universo Sogrape no Dão. Aparece ao mercado apenas em anos considerados de excepção e 2012, apesar de ofuscado pela super colheita de 2011, foi como se sabe um desses anos. Este não é um vinho para ser bebido na correria do dia a dia, é preciso prestar-lhe atenção, dar-lhe um momento especial, e um bom copo já agora.

Está jovem, de pelo na venta, com a barrica a mostrar as garras e a fruta armada em boa (aqui entre nós, é mesmo boa). Há flores, há alguma especiaria, mas há também um sopro vegetal, que equilibra a balança e o eleva. A estrutura é forte (um vocábulo retirado do futebolês), está macio nos taninos e com bom comprimento. Assim como está, é para ser bebido à mesa, com pratos consistentes e de sabores afirmativos. Eu arriscava um arroz de cabidela, de pato, que o bicho merece e o vinho também. Custa cerca de 15€ e pode encontrar-se em garrafeiras especializadas e, com sorte, em alguma grande distribuição.

A coincidir com o lançamento deste vinho está também a nova imagem gráfica dos rótulos da Quinta dos Carvalhais, que de forma subtil traz novas tonalidades, com o objectivo de melhor diferenciar as muitas referências produzidas na casa. A mudança foi bem sucedida como facilmente se percebe pela elegância que as garrafas apresentam.

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