Tartar-ia (Lisboa)

É incontornável. Depois da febre dos hambúrgueres e das tascas modernas, a comida crua tomou o seu lugar e é actualmente a maior tendência da (moderna, entenda-se) restauração nacional. Ele é tártaros, ele é ceviches, ele é sushi e sucedâneos, de todas as formas e feitios, tanto, que fatalmente, como acontece com todas as modas, vamos sendo inundados por uma oferta desbragada e por vezes sem a qualidade desejável. É por isso importante, nestas ocasiões, pisar chão firme, sólido, para que uma ida ao restaurante não se torne num momento menos agradável.

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E nesse campo estamos à vontade para atracar no mediático e badalado Mercado da Ribeira em Lisboa e mais concretamente na Tartar-ia, o restaurante de tártaros com a chancela de Dieter Koshina, o famoso chef do restaurante Vila Joya no Algarve, detentor de 2 estrelas no Guia Michelin e com presença habitual no top 100 da influente lista The World’s 50 Best (onde atingiu um impressionante 22º lugar em 2014).

Parece-me no entanto, e perante este assombroso para a realidade portuguesa, cartão de visita, que há muito boa gente que ainda não se deu conta da pérola que tem à disposição ali para os lados do Cais do Sodré. É um luxo poder ter-se acesso à cozinha de Koshina (ainda que diariamente não seja pela sua própria mão) com tanta facilidade.

Como o próprio nome do espaço indica os tártaros são quem mais ordena e há muitos e para todos os gostos. De peixe, um produto que Koshina admite ter aprendido a gostar e apreciar em Portugal, onde o de salmão com abacate e o de arenque com beterraba são best-sellers. Vegetarianos, com beringela ou queijo Fourme d’Ambert. E os de carne, com o tradicional e também o asiático a serem os favoritos. Tudo isto com uma qualidade pouco vista num food-court desta natureza. Os produtos são frescos, muito bem confeccionados, as receitas resultam na perfeição e até o atendimento e o empratamento se distinguem. Arrisco-me a dizer, sob pena de me atirarem com tomates, que estamos perante o melhor “restaurante” do Mercado da Ribeira.

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Como se isto não bastasse a Tartar-ia ainda oferece outro luxo. Todos os meses há um chefe convidado que desenha o seu próprio tártaro que depois fica disponível na carta do restaurante durante 30 dias. Na foto, referente ao mês de Janeiro, o Tártaro de Pargo de David Jesus, chefe e braço direito de José Avillez no Belcanto. Com dióspiro e avelã, temperado por uma vinagrete de sabores asiáticos preparada com mais de 15 ingredientes. Uma delícia de cair de queixo.

Tartar-ia
Mercado da Ribeira – Avenida 24 de Julho, Lisboa
Tel: 918 515 254
Preço médio sem vinho: 12,50€

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